segunda-feira, 29 de março de 2010

As tuas digitais marcadas no meu braço e o meu ouvido ferido por teus gritos: souvenires dispensáveis para mim. Fere-me a face com teus beijos férvidos e rasgue-me as coxas com teus dentes cortantes e suga-me o seio com tua boca faminta. Mas não creia que tua arrogância poderia me afetar mais do que teu amor. Conquista minhas mudanças com afagos e abandone as pedras, talvez consigas também algum respeito e diminua os rancores. E se estas palavras te entalam a garganta de arrependimento, não argumente as avessas. Admita erros em meio à paixão e me leve para a cama sem dizer mais palavra alguma.

terça-feira, 16 de março de 2010

Tentei juntar tantos pedaços quanto fosse possível. Sobrou entre muito pouco e nada. Tentei fazer da dor uma armadura com a qual pudesse buscar alguma paz, mas não há fogo em minh’alma que sirva para forjá-la. Não sobrou esperança nem consolo nem vontade que me mostre que vale a pena seguir. Não há nem mesmo para onde seguir, muito menos em frente. Não sobrou-me nada além de dor sem fogo, caminho sem direção e um buraco escuro para me esconder. E como poderei cerrar meus olhos e desejar me entregar a outra noite vazia se não coberta por um desejo incessante de morte? Melhor permanecer acordada com olhos em carne viva e me matar aos poucos na companhia de um cigarro.

quinta-feira, 11 de março de 2010

"O que eu era antes, não me era bom. Mas era desse não-bom que eu havia organizado o melhor: a esperança. De meu próprio mal eu havia criado um bem futuro.O medo agora é que meu novo modo não faça sentido? Mas por que não me deixo guiar pelo que for acontecendo? Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade."


[Clarice Lispector - A paixão segundo GH]

quarta-feira, 10 de março de 2010

Não me soprou por momento algum a luz de ser-me sem ti. Mas é como não me vejo agora em toda essa escuridão. Mesmo que cegue meus olhos, nenhum feixe de sol será capaz de fazer dia em meu peito. Sobraram apenas as noites insones em que me afogo no travesseiro embebido em lágrimas e me perguntando quando irá passar a dor e o desespero e o abandono e o vazio e a solidão. E paz.sará?

terça-feira, 9 de março de 2010

Só agora pude perceber o quão doente estou, apenas me arrependo de ter esperado por tão dolorosas lágrimas para aceitar tal fato. Foi preciso A Fine Frenzy para trazer à minha boca palavras tão difíceis para serem ditas: Good bye my almost lover, good bye my hopless dream. E mais do que nunca enxerguei o quão necessário é dizer-lhe adeus, pois não se pode curar obsessão a dois. E, mesmo que eu tenha rendido-me aos teus lábios que tão persuasivos procuravam os meus, devo informar-lhe que nas entrelinhas daquele beijo havia mais que um amor em retalhos, havia uma despedida, um adeus...


PS: Mesmo sem saber a quem, rogo para que eu possa lavar-me deste mal-de-amar-demais para voltar à ti com o amor exato.