sábado, 26 de novembro de 2011

Se por trás de cada curva, em cada esquina, em cada bairro, em cada cidade, em cada estado, em cada país, em cada continente, de cada mundo de todo o universo, meu coração já não saltasse preparando para um encontro que nunca há, ele talvez já não seria um coração que bate. Esse pulsar, de metros, que se dá em uma distância de tempo que não deixa mais que (sobre)viver, fala apenas da falta. Da falta, de um buraco, de um vazio, de um nada que não há. E então se arrasta e escorre por cada beco para procurar e buscar aquilo que pode fazer a dor se esvair e pra dizer que está completo aquilo que tenta então ser. O tempo não permite vírgulas na vida. Se não escreve, é preciso rabiscar.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Por trás deste coração, que há muito sofre da ânsia de ti, existem também outros grandes pedaços de carne, ór(g)fãos, que insistem em te desejar. Meu estômago quer de ti se alimentar. Meu pulmão, respirar-te. Minha pele deseja transpirar tua fervura. Meu ouvido quer tua voz ouvir. Minha boca calar-te. É uma multidão visceral que clama pela vida tua para tentar fazer, então, sua.
Vem e faz meu corpo reviver em ti.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Eram as pequenas manchas marrons, ditas pintas, que em suas costas lembravam o cruzeiro de estrelas, fazendo-me sorrir. Hoje são os pequenos pontos luminosos, ditos estrelas, que me lembram as pintas de tuas costas e me fazem lamentar. O lamento de uma distância que, mesmo tão curta, traz imensa saudade. Para mim, a única distância suportável de ti é aquela que tomo para olhar-te por inteira, qualquer metro a mais é felicidade a menos. E torna qualquer céu estrelado um lembrança de dor que já não posso suportar. Por tanto, por hoje, fecharei a janela para que me doa menos.