quarta-feira, 26 de setembro de 2012

     Havia rabiscado sobre ele nas últimas folhas do caderno, aquelas que reservamos para desenho. Mas é que ela, ao contrário dele, só sabia desenhar palavras.
    Sua mãe, desde cedo, havia lhe ensinado a diferenciar bons dentes de dentes ruins. Os dela era bons, incariáves. Os de sua mãe, nem tanto. Os dentes do rapaz de braços estampados não eram perfeitos, mas seus olhos, de tão profundos, eram capazes de olhar o fundo de sua alma e fazê-la borbulhar.

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